A antecipação da restituição do Imposto de Renda, linha de crédito oferecida pelos bancos que tem como garantia o valor a ser devolvido, deve ter crescimento expressivo neste ano, conforme previsão das instituições financeiras. A expansão dos níveis de emprego e renda e, por consequência, do número de contribuintes tem elevado, nos últimos anos, o número de pessoas que contratam esse crédito e os valores emprestados pelos bancos.
O Banco do Brasil, que vem desembolsando cerca de R$ 400 milhões a cada ano com essa linha, registra crescimento de 17% a 20% neste ano, até a semana passada, em relação a mesmo período de 2011. “Mantendo essa trajetória, o banco deve chegar perto de R$ 500 milhões para 2012“, diz Marcelo Augusto Dutra Labuto, diretor da área de empréstimos e financiamentos da instituição.
No HSBC, a expectativa de aumento do volume liberado para essa linha é de 15% neste ano, segundo Carla Mita, gerente de produtos da instituição. Em 2011, o crescimento foi de 8%. Ela atribui o aumento deste ano à nova estratégia do banco de divulgação mais ampla dessa modalidade de crédito. Já a Caixa Econômica Federal, que nos últimos cinco anos emprestou um total superior a R$ 220 milhões, espera chegar neste ano a R$ 50 milhões, de acordo com Edlo Ricardo Valadares, diretor-executivo de pessoa física do banco. No ano passado, a instituição registrou 21.033 contratos, com aplicação de R$ 45,3 milhões.
Para os bancos, esse crédito é importante de várias maneiras. É um empréstimo com garantia quase perfeita – o risco de o valor não ser pago limita-se à possibilidade de o contribuinte cair na malha fina da Receita. Ou seja, a inadimplência é muito baixa. Por isso, os juros dessa linha variam de 2,3% a 3% ao mês, contra 6% a 7% do crédito direto ao consumidor. Trata-se de um mercado em crescimento, resultado da expansão da economia nos últimos anos e da ascensão da nova classe média, que passou a gastar e a se endividar mais em carnês e cartões de crédito. A linha, oferecida todo início de ano, ajuda a diminuir a inadimplência e a fidelizar os clientes.
José Ramos Rocha Neto, diretor do departamento de empréstimos e financiamentos do Bradesco diz que o nível de inadimplência está abaixo dos 4,9%, em média, da carteira de crédito pessoal do Bradesco. O banco cobra a partir de 3% ao mês e antecipa até 100% do valor da restituição de clientes. O limite é de R$ 20 mil e, como acontece com os demais bancos, o empréstimo é quitado em uma única parcela, de acordo com a data do crédito da restituição do IR.
Uma das principais recomendações do HSBC aos clientes é usar a linha como instrumento de planejamento e equilíbrio financeiro. O banco cobra 2,99% ao mês e os valores emprestados vão de R$ 300 a R$ 30 mil. O cliente pode contratar até 100% do que vai receber de restituição. Rogério Estevão, superintendente executivo de empréstimos pessoa física do Santander alerta, porém, que o cliente deve estar preparado para a possibilidade cair na malha fina. Nesse caso, terá de buscar outra forma de saldar o empréstimo. O Santander adianta até 100% da restituição, com taxas a partir de 2,99%, conforme o perfil do cliente, e limite mínimo de R$ 100.
O Banco do Brasil cobra 2,3% de juros até R$ 5 mil e 2,63% para valores até R$ 20 mil, exigindo outras garantias. Na Caixa, os limites vão de R$ 610 a R$ 30 mil, com taxas que variam de 2,42% a 2,8%. No Itaú Unibanco, o limite mínimo de empréstimo é de R$ 500,00, com juros a partir de 2,6%.
Texto confeccioando por: Gleise de Castro